segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O SOLDADO



Uma neblina láctea e densa cobria as ruas do vilarejo
Na rua, ainda escura, dormiam bêbados e cachorros
Ninguém mais nas calçadas, nem nos morros
Só o silêncio noturno o acompanhava, e o desejo

A roupa ainda úmida da noite fria e chuvosa
Grudava na pele quente, áspera e febril
No peito, o aperto do dever civil
Do descumprir da lei asquerosa

Fora chamado para o alistamento
Naquele amanhecer, naquele momento
Não haveria como recusar

Poderia fugir para um lugar distante
Mas não teria paz um sequer instante
Teve, forçosamente, que se alistar.

2 comentários:

  1. Olá, muito bom o blog. Também tenho um onde coloco algumas poesias minhas. Poderia dar uma olhada? :D
    http://wordsbyalonelyguy.blogspot.com.br

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  2. Obrigado, amigo.
    Vou conhecer seu blog também.
    Abraços!

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