Uma neblina láctea e densa cobria as ruas do vilarejo
Na rua, ainda escura, dormiam bêbados e cachorros
Ninguém mais nas calçadas, nem nos morros
Só o silêncio noturno o acompanhava, e o desejo
A roupa ainda úmida da noite fria e chuvosa
Grudava na pele quente, áspera e febril
No peito, o aperto do dever civil
Do descumprir da lei asquerosa
Fora chamado para o alistamento
Naquele amanhecer, naquele momento
Não haveria como recusar
Poderia fugir para um lugar distante
Mas não teria paz um sequer instante
Teve, forçosamente, que se alistar.