sábado, 19 de julho de 2014

Faixa de segurança

Certa vez eu dirigia o meu carro na Av. Santana em Porto Alegre quando avistei um senhor parado, literalmente, no meio da rua, em cima da faixa de segurança, incentivando uma senhora, mais idosa ainda, a atravessar. Eu parei, porque não tive opção e não por obrigação, por um simples detalhe: Ali há uma sinaleira¹. E onde há sinaleira ela é soberana e a faixa de segurança passa a ser apenas informativa.
Este senhor, porque olhei feio para ele, me xingou e apontou para a sinaleira sem se dar conta, que além de eu ter razão, pois a luz verde estava para mim, era um cruzamento com semáforo de três tempos. O que exatamente naquele momento significava é que eu poderia ir em frente, mas os veículos que vinham no contra fluxo não. Isto porque a sinaleira também estava aberta para conversão a direita dos carros que vinham a minha esquerda pela rua que cruzava a avenida que eu trafegava. Ou seja, este senhor, um perfeito ignorante, não corria riscos porque estava visível, mas a senhora poderia ter sido atropelada, inclusive por um ônibus que faz aquele trajeto. 
         Sempre foi lei ter que parar na faixa de segurança. Evidentemente, como falei acima, quando não há sinaleiras. Porém, é uma lei que não era respeitada. De uns tempos para cá, em algumas cidades, passaram a controlar os locais onde tem a faixa, e os veículos que não pararem, quando tiver pedestre a atravessar, serão multados.
Muito bem! É o correto, mas estamos preparados para isto? Não! Não estamos.
É claro que eu acho justo esta providência e demorou para acontecer , mas as autoridades competentes tinham que estudar todas as possibilidades de mudanças antes de aplicar tais punições.
Será que há, em todas as ruas que têm escolas, sinalizações prévias da faixa de segurança ou apenas quando chega em cima? Eu digo isto, porque eu posso parar na faixa, mas o cara de trás não e foi-se minha traseira. Tá certo, isto que falei pode ser um pouco de exagero, uma vez que em locais escolares o trânsito já é mais lento por natureza e tem mais sinalização. Porém, sempre é bom averiguar, não é mesmo? Há louco para tudo.
Uma coisa que sempre me preocupou, e agora que é obrigado me preocupa mais ainda, são as faixas que ficam em esquinas de ruas transversais. Principalmente com avenidas. Como parar nestas faixas? Primeiro porque não há nem espaço. Tem que parar embicado deixando a parte do carro disponível para um ônibus que vem tocado e foi-se minha traseira novamente. Até hoje, em todas minhas andanças só vi duas faixas de esquina inteligente. Elas são recuadas na rua transversal justamente para que os carros entrem e possam parar sem oferecer riscos tanto para os motoristas quanto para os pedestres. Sim, porque um automóvel ao ser abalroado por trás, pode escapar do controle e causar um estrago maior. Estas esquinas inteligentes são na Felipe Camarão com a Oswaldo Aranha em Porto Alegre, e na Rua dos Ingleses com a Brigadeiro Luis Antônio em São Paulo. Inclusive, as esquinas são bloqueadas por armação de ferro para que pedestres imprudentes tenham que ir até a faixa que é reforçada pela sinaleira. É claro que deve ter outros casos como estes espalhados no Brasil, mas são exceções. A grande maioria das faixas está entre as divisas das ruas e sem sinaleira.
Outras faixas de pedestres com alto poder de periculosidade são as que ficam em avenidas e estradas. Nas avenidas, onde a velocidade é 60km/h e a maioria desrespeita e anda acima do permitido, talvez a solução fosse colocar sinaleiras. “Vai travar o trânsito”, alguns irão dizer, mas se a faixa, que lá está, é uma parada obrigatória, vai travar igual, e ainda, com muito mais perigo, pois o carro que lá parar pode ser achatado pelo que vem atrás, e foi-se uma traseira. Ufa! Desta vez não foi a minha.  Passarelas? Sim. Dá mais fluência ao tráfego, mas dentro de uma cidade, além do espaço, que muitas vezes não tem, deixará a cidade muito poluída. Entretanto, antes uma poluição visual do que vítima fatal. A rima foi de propósito.
Já no caso das estradas, é inadmissível que, em uma via onde a velocidade deveria ser no mínimo 80km/h, respeitado curvas e posto policial é claro, muitas vezes temos que reduzir a 40km/h por causa de uma faixa. Os ativistas que lerem este relato pularão da cadeira e falarão: “Que absurdo! As pessoas precisam atravessar a rua, principalmente os escolares.” É fato! Eles precisam sim. Por isto, vejo sob a minha óptica, se isto não for um pleonasmo, que as passarelas são a melhor opção. Há espaço, não poluíram tanto desde que sejam bem construídas e são muito mais seguras. Assim o fluxo seguiria normalmente e as pessoas poderiam usufruir do direito de ir e vir sem correr riscos.  “Mas sempre há pessoas que não caminharão 100m para usar a passarela”, alguém dirá. A minha resposta para este questionamento é muito simples: Quem não caminha 100m para usar uma passarela, também não caminha 100m para usar a faixa de segurança. É claro que se houver possibilidade de fazer túneis em vez de passarela, o beneficio final é o mesmo, mas o custo é maior.
Porém, não são apenas os motoristas que precisam se adaptar. Os pedestres também necessitam, e muito. Já cansei de parar na faixa ao ver candidatos a travessia e a pessoa continuou parada feito uma estátua. E não foi medo de atravessar e sim porque não tinha a menor intenção de fazê-lo. Será que esta pessoa estava vendo se nascia grama no asfalto? Dá vontade de descer do carro, pegar pelo braço e fazer atravessar na marra.
Se não tem intenção de atravessar não fique na faixa. Vá para outro lugar. Não fique esperando carona, taxi, “Tuc Tuc”, clientes (ups – retiro esta), até mesmo porque os carros não podem parar em cima da faixa. Menos ainda fique falando no celular, ou com outra pessoa, gesticulando como se fosse um sinal para os automóveis. Se for atravessar de fato, mostre a sua real intenção do que quer fazer. Estique o braço, se for preciso, fazendo sinal para pararem.
Em um mundo quase perfeito, como os países desenvolvidos, naturalmente que falando de trânsito, o ideal e desejado seria que todos respeitassem as faixas, mas enquanto isto não acontece providências precisam ser tomadas por nós e pelas autoridades.


1 - Semáforo, farol, sinal de luminoso de rua.

4 comentários:

  1. Claudio,
    no Brasil o povo ainda não foi educado para esses problemas de trânsito, sinalização, estamos caminhando para daqui a alguns anos tudo isso ser sanado!
    A questão dos idosos não a devida atenção ao atravessarem , isso é fato!
    tenho uma amiga que perdeu a mãe há poucos anos, com uma idade não avançada, mas por simples distração e não obedecer as faixas, os cruzamentos e os semáforos.
    É triste, mas a educação começa na infância, talvez a próxima geração respeite e seja mais consciente!
    Bjus
    http://www.elianedelacerda.com

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  2. OLÁ CLAUDIO!!!... O QUE VOCÊ MENCIONOU SOBRE PARAR NA FAIXA E O VEÍCULO DE TRAZ NÃO, É FATO POIS ACONTECEU COM MEU MARIDO,E OLHA QUE ELE ESTAVA A 20 POR HORA QUANDO PAROU PARA UMA SENHORA PASSAR!!!... NÃO É EXAGERO!!!...OUTRO DETALHE A REPEITO DESSA FAIXA AQUI NO CENTRO DE COTIA, TEM UM MOVIMENTO IMENSO E OS CARROS SÃO OBRIGADOS A FICAR PARADOS MUITO TEMPO POIS O MOVIMENTO DE TRAVESSIA É MUITO GRANDE, E OS GUARDAS DE TRÂNSITO ALI PRESENTES NÃO ORIENTAM OS PEDESTRES, ESTÃO ALI APENAS PARA MULTAR OS CARROS QUE NÃO PARAM!!!... É ISSO!!!.. FALEI!!!... OBRIGADA PELA OPORTUNIDADE DE DESABAFAR!!!... BEIJOS NO CORAÇÃO!!!...

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  3. Boa tarde Claudio.
    É isso meu amigo, temos que ter muita prudência, tanto motoristas, quanto pedestres. Depois dessa lei da faixa, por onde ando tenho visto mais respeito por parte dos motoristas,Nós pedestres, temos é que observar e respeitar quando existem semáforos...Prevenir acidentes é dever de todos.
    Abraços com carinho
    Marilene

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  4. Boa tarde Claudio.
    Depois que essa lei da faixa de pedestres passou a vigorar, por onde ando tenho visto muito mais respeito por parte dos motoristas, nós pedestres precisamos ficar muito atento pelos caminhos onde existem semáforos e também respeitar ou então vidas se vão...Prevenir acidentes é dever de todos.
    Abraços com carinho
    Marilene

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